quarta-feira, 30 de maio de 2012

Carta ao Ministro da Educação, Aloizio Mercadante


O valor do professor

Caro ilustríssimo sr. ministro,






 
Ouvi sobre a sua ignorância dos motivos de nossa greve nacional, e me senti compelido a esclarecê-lo (vício da profissão de professor, eu suponho). Peço desculpas se o meu português é ruim ou se a sequência das ideias é falha, mas esse é o meu valor. Se eu fosse mais capaz, estaria em uma profissão que me valorizasse mais. Seria ascensorista no senado, por exemplo, (ah, que sonho!). Como diria um vendedor de carros que eu conheço, ”quem mandou estudar, agora aguente”.

Falo de boca cheia, o sr. diria. Argumentaria que recebo muito mais do que a grande maioria da população brasileira, e eu lhe responderia que são poucos os cargos federais que pagam menos do que o magistério, que existem cargos de nível médio no executivo federal que pagam melhor do que os professores doutores recebem. e que o professor é importante para o crescimento da nação (aprendi isso no debate da Dilma candidata pareceu que ela realmente dá muito valor ao magistério. (votei nela). 

Mas magistério é um sacerdócio, não é mesmo? é uma profissão feita de abnegação. o que mais explicaria um médico desistir de clinicar para receber o salário de professor federal? Bom, talvez se ele fosse um médico excepcionalmente ruim, daí o salário de professor federal compensasse. Então ele poderia ser um bom professor. o grande motivo da nossa greve, sr. ministro, é a busca por valorização profissional. Tenho vários colegas professores cujo sonho de vida, hoje, é passarem em concurso para o mct, ou para o judiciário, e eu, quem sou eu? Para mim, economicamente falando, me bastaria o emprego de ascensorista no senado. o sr. tem filhos, sr. ministro? netos, talvez? Almeja uma educação com qualidade para eles? O sr. sonha com uma sociedade educada? Culta? Sonha com o Brasil se destacando no mundo como o Japão fez depois da segunda guerra? Como a Coréia hoje? 
O sr. sabe quais são as minhas condições de trabalho, sr. ministro? Sabe que eu sequer tenho uma mesa para colocar a minha pasta quando eu entro para dar aulas? Sabe que eu, há dois anos, comprei um projetor para dar aulas? Que nós rasgamos as calças ao sentar nas carteiras, por causa dos pregos? Que o computador pessoal que eu uso para dar aulas também saiu do salário que deveria ir para a minha família? Sabe que na minha universidade não existe nenhuma calçada para as pessoas andarem? O sr. imagina qual é a situação dos laboratórios dos cursos em que eu ministro aulas, que são cursos tradicionais, reconhecidos nacionalmente, e que não foram contemplados pelo reuni? É, são ruins. Não são péssimos, sabe o por quê? Porque os professores, por mérito pessoal e muito trabalho, trazem recursos de pesquisa para dentro dos laboratórios (caramba, isso é desvio de recursos! dá cadeia?). 
O sr. sabe, é claro, que o perfil desejável do professor universitário federal é que ele seja doutor, com dedicação exclusiva (é impedido de fazer bicos para completar o salário), pesquisador, orientador e extensionista, e que além das aulas de graduação, forme mestres e doutores. 
Qual é o perfil do profissional que o sr. precisa para executar essa missão? Eu lhe digo. Esse profissional, economicamente falando, é alguém que não teve a competência para achar nada melhor para fazer com a sua vida. É alguém que não foi capaz de passar em um concurso para ascensorista do senado. É alguém que não conseguiu ser agente de saúde quando terminou o segundo grau, por exemplo. Sim, eu “tenho” carro e eu “tenho” casa. Eu me alimento bem. Meu carro é velho (tem seis anos) e ainda vou demorar dois anos para acabar de pagar. Minha casa é velha também e eu ainda vou levar treze anos para pagar. Essas dívidas consomem quase 50% da minha renda familiar. Tenho que pensar antes de decidir sair para almoçar em um restaurante. e o pequeno detalhe é que tanto eu como a minha esposa somos professores universitários federais e doutores com dedicação exclusiva. Topo da carreira. Bom, mas eu tenho uma perspectiva, não é? De progredir na carreira e melhorar meu salário? Perspectiva? Não, não tenho. Não vejo nenhum futuro promissor. Essa carreira que o governo me oferece não irá melhorar a minha vida, a não ser um pouco, no momento mágico da progressão em que eu me tornar professor associado, ou com a utopia de passar pra professor titular (a minha universidade não tem nenhum.Tteve uma vez, nos meus 22 anos de funcionalismo federal em universidades, que eu conheci pessoalmente um titular. deve ser mais fácil achar um jacaré no tietê).eu espero, apesar das minhas deficiências, que o sr. tenha entendido um pouco do porque eu e 45 universidades federais brasileiras estamos em greve.
Desculpe-me se eu não posso elaborar mais, mas tenho um relatório de pesquisa para terminar e alunos de doutorado para atender, apesar da greve. Se eu achar tempo, também preciso ver se abriu vaga para ascensorista.
Um grande abraço, sr. ministro, e obrigado por tudo. 

Jeferson Dombroski(sexta-feira, 25 de maio de 2012) 

Fonte da carta: greveadufersa.blogspot.com.br
Imagens Gifs- google.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Mundo de Sofia é Pura filosofia


Esse é um dos mais belos livros para filosofar. 

O Mundo de Sofia foi um dos mais belos livros que já li e sentir a mais gostosa leitura fluindo a cada folha que eu passava ao ler, por toda a essência e viagem que ele nos leva, as  páginas não são notadas pelo leitor que se envolve completamente nos 35 capítulos brilhantemente escritos. O capítulo começa com  O Jardim do Éden e termina com a A Grande Explosão. Imaginem conhecer os Mitos e os Filósofos da natureza, tentar entender o destino, conhecer Sócrates, Platão, Aristóteles, Atenas, O Helenismo, a Idade Média, O Renascimento, O Barroco, Descarte, Locke, O iluminismo, Kant, O Romantismo, Hegel, Marx, Darwin, Freud, entre outros e ainda tentar relacionar tudo isso a nosso tempo. É literalmente uma lição de vida. Uma viagem adorável ao mundo filosófico.  O filme O Mundo de Sofia foi lançado em 2008 no Brasil, uma versão cinematográfica do livro.  Lógico que é impossível retratar no filme como está no livro, pois nele contém riquezas de detalhes, peculiaridades descritivas. Se fosse cópia fiel do livro, daria muito mais de 50, 100, 1000 horas de filme. Mas, penso ser  pertinente falar dos filósofos relacionando os momentos do filme, que retrata brilhantemente esses grandes homens do passado.

O filme cai como uma luva para um júri simulado. 

Para os que ainda não leram, uma dica abaixo com a sinopse e um breve resumo(recorte bem delimitado, mas que dar para o gasto cognitivo) fornecido pelo Wikipedia 

Sinopse: O Mundo de Sofia (Sofies verden em norueguês) é um romance escrito por Jostein Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 50 línguas, teve sua primeira edição em português em 1995, que atualmente se encontra em sua 70ª reimpressão. Somente na Alemanha foram vendidos 3 milhões de cópias.
O livro funciona tanto como romance, como um guia básico de filosofia. Também tem temas conservacionistas e a favor da ONU. Em 1999, foi adaptada para um filme norueguês; entretanto, não foi largamente publicado fora da Noruega. Esse filme também foi apresentado como uma minissérie na Austrália, se não em outros lugares. Também foi adaptado para jogo de PC pela Learn Technologies em 1998.

Resumo do livro: Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para alguém chamada Hilde Knag, jovem que Sofia igualmente desconhece.
O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. De capítulo em capítulo, de "lição" em "lição", o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental - dos pré-socráticos aos pós-modernos, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo surpreendente.



Segunda parte do vídeo:  http://www.youtube.com/watch?v=Nmmv2YbsFYM 


Assista ao filme!

Baixe o livro: http://filoczar.com.br/o_mundo_de_sofia.pdf

Boa leitura!

terça-feira, 8 de maio de 2012

AS CANÇOES DO PROFESSOR EM SUA PRATICA PEDAGÓGICA

Dinâmica para Formação de Educadores.

1. Quando decidir ser professor, o que aconteceu em minha vida?
 Os sonhos mais lindos, sonhei. De quimeras mil, um castelo ergui...(Elis Regina)

2. Quando me deparei com uma sala super lotada e encontrei  alunos com dificuldade, o que eu falei?
Levanta sacode a poeira e dá a volta por cima...(Ataulfo Alves)

3. Quando o aluno agressivo me agrediu, verbalmente, em que pensei?
 Ainda vai levar um tempo pra curar o que feriu por dentro, natural que seja assim, tanto pra você quanto pra mim...(Lulu Santos)
4. Quando os alunos optaram em não retornar a sala de aula, o que pensei?
É devagar, é devagar, é devagar, é devagar devagarinho...(Martinho da vila)

5. Quando decidiram retornar a sala e iniciei a aula, que sensação eu sentir?
 Quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo. Olhando pra vocês e a mesma emoção sentindo...(Roberto Carlos)
6. Quando os alunos estão desanimados e nada produzem embriagados pelos problemas diários, o que falo?
Canta, canta minha gente deixa a tristeza pra lá. Canta forte, canta alto que a vida vai melhorar...(Martinho da Vila)

7. Como reajo às emoções fortes e diárias?
Tudo que se vê não é, igual ao que a gente viu a um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo. Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo agora. Há tanta vida lá fora aqui dentro sempre como uma onda no mar...(Lulu Santos)

 8. O que é ser professor?
Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita...(Gonzaguinha)

9. Quando tenho dúvidas e quero descobrir se estou no caminho certo, o que faço?
Olho por céu e vejo uma nuvem branca que vai passando, olho pra terra e vejo uma multidão que vai caminhando. Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você meu pai...(Roberto Carlos)

10. Após diversos problemas enfrentados chega o dia do pagamento, o que penso? Então vem. Eu conto os dias conto as horas pra ter ver, eu não consigo te esquecer. Cada minuto é muito tempo sem você...(Cláudia Leite)

Texto adaptado por Josivania Freitas(2007)
Especialização em Formação de Professores/UFRPE.

PS- Esse blog tem a licença  da Creative Commons, usem a vontade mas não esqueçam de seguir a política de uso referenciando a adaptação na autoria. 
O texto  foi totalmente adaptado com outras perguntas e cantores da MPB considerando minha prática pedagógica; tendo em vista que  algumas indicações de músicas em um texto lido se referia a "Melô do Professor" por um autor desconhecido