sábado, 29 de dezembro de 2012

Desejo para 2013


Estamos caminhando e dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar. Para mim uma nova estação que  chamo câmbio terrestre.  Caso você não se habilite em ser o maquinista, tente conquistar o lugar divertido de um simples e humilde passageiro. Para fazer valer seu embarque busque um lugar bem próximo à janela e insista em desfrutar, cada segundo, de visões maravilhosas sob as mais belas obras da natureza representada sob cada uma das paisagens que o tempo lhe favorecer. Sinta o  prazer de quem realiza a primeira viagem e não tem tempo para observar limitações e falhas do que seus olhos apontariam naturalmente; deixe fluir e sinta o magnetismo do que seus olhos veem e o coração sente. Procure não se assustar com os tropeços, abismos, decepções e curvas que não nos permite enxergar novos horizontes. 



Vamos aprender a curtir a viagem da vida, ela apenas se inicia em mais um ciclo que não se fecha em si só. Aprendamos observar cada obra de arte, arbusto, riacho, rio, poço, açude, beiras de estrada, tons mutantes de paisagens, entre outros, que estiverem sob nosso percurso terreno. Precisamos sempre desdobrar mapas corriqueiros e planejar roteiros. Fiquemos mais atentos em cada ponto de parada e prestemos mais atenção a cada som de partida; muitas das vezes ignoramos essa voz, por nos incomodar demasiadamente em meio as nossas aflições e psiquê "doente" por muitos fatores que encontramos e justificamos, mas que não conseguirmos assumir nem perceber a bola de neve e escuridão que formamos dentro de nós; infelizmente abrirmos portas e somos sempre tentados a visualizar o próximo sem enxergamos a nós mesmos. Mas, quando você decidir descer na estação, não hesite em abraçar com Fé e Coragem a Esperança que lhe acenou e tente aceitar, pois nada é por acaso. Elimine os empecilhos, as negatividades do Talvez.. Quem sabe... Veremos....Enobreça seu espírito e sem medo ou véu a cobrir seus sentimentos desembarque na estação dos seus sonhos sem receio do devir a ser... Afinal, como afirmou o filósofo Heráclito "nunca nos banhamos na mesma água de um rio".

Alimento o desejo que a sua viagem, pelos dias do próximo ano, seja sempre de PRIMEIRA CLASSE.

A todos que por aqui estiveram visitando, enviando e-mails com perguntas, etc; que comentaram colaborando..... Muito obrigada!

O texto é  meu, mas a inspiração..........Obrigada Senhor!

CiberBeijos!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

TOP BLOG 2012

O Blog CALDEIRÃO DE IDEIAS, esta concorrendo na categoria Internet ao Premio TOP BLOG 2012. 

 Confira o blog: http://caldeiraodeideias.wordpress.com/



Para os que nunca visitaram ou não conhecem o blog; conheça a ementa do Caldeirão de Ideias pelo Professor Autor: 

O Caldeirão de Ideias é um Blog destinado a pratica pedagógica, da inclusão digital e a informática educativa. Proposta de inovação tecnológica a serviço da educação e da inclusão(ROBSON FREIRE).

Considerando o processo de interação, colaboração e autoria em redes pelo professor Robson,gostaria de poder contribuir com o amigo EDUCADOR, solicitando aos meus demais amigos, alunos, orientandos,profissionais de áreas afins e os não afins, visitantes e seguidores de minhas redes que analisem as contribuições do Caldeirão de Ideias e não deixem de votar no BLOG CALDEIRÃO DE IDEIAS NA CATEGORIA INTERNET.

PARA VOTAR BASTA CLICAR NO LINK: http://goo.gl/I2SHK

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Publicação do livro Formação de professores para docência online

Enviado pela Professora Dra. Daniela Melaré, no grupo Estilos de aprendizagem, o lançamento do livro Formação de Professores para Docência Online, com as devidas apresentações enviadas pelo professor Dr.Marco Silva(organizador da publicação) no grupo.


*Apresentação 1

Por Marco Silva - Prof da Faculdade de Educação da UERJ

Atentos ao cenário marcado pela explosão da oferta de cursos na internet e pela carência da formação de professores para atuar na modalidade online, pesquisadores de doze programas de pós-graduação stricto sensu em Educação e em Comunicação – onze brasileiros e um português – se reuniram para enfrentar o seguinte problema: sem uma competente mediação docente não há educação autêntica. Os pesquisadores – orientadores, mestrandos e doutorandos – se mobilizaram em pesquisa interinstitucional realizada inteiramente online no ambiente Moodle para investigar contribuições específicas à formação da expertise capaz de lançar mão da feliz coincidência que faz encontrar em nosso tempo sociotécnico a dinâmica comunicacional da web 2.0 caracterizada como autoria, compartilhamento, conectividade e colaboração e os fundamentos da educação reconhecidos como autonomia, diversidade, dialógica e democracia.



*Apresentação 2 

Por Paulo Dias - Reitor da Universidade Aberta, Portugal.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA DOCÊNCIA ONLINE reúne o pensamento e reflexão dos autores e pesquisadores numa abordagem inovadora dos cenários emergentes da e-formação para a sociedade digital, a partir das práticas de interação, moderação e mediação no laboratório de ideias que foi o curso de especialização online conduzido por este grupo. Este laboratório de ideias permitiu a articulação profunda entre as tecnologias, em particular da web 2.0, e o desenvolvimento dos modelos e práticas da e-formação e constituiu o principal desafio, através da experiência dos contextos de docência online, para a cenarização e compreensão dos processos de educação e formação em rede na sociedade digital.


Informações específicas
www.saladeaulainterativa.pro.br 


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Novo Plano Nacional de Educação Aprovado.


IMAGEM MONTADA COM PRT DE VÍDEO

No dia 13 de junho do ano corrente, uma Comissão Especial da Câmara aprovou em caráter conclusivo o nosso NOVO Plano Nacional de Educação (PNE).  O PNE é o documento, aprovado conforme forma de lei, que dura dez(10) anos, e cuja função é orientar a política nacional para educação. Em 2001, durante o governo FHC, foi implantado e aprovado, o nosso primeiro PNE, através da lei  10172/2001, e vigorou até o ano passado, 2011.


Temos agora o NOVO PNE que durará do ano corrente, 2012 até 2021, o primeiro do Governo Dilma-Lula. A lei de 2001 propunha que até o ano de 2011 os investimentos públicos na educação chegariam a 7% do Produto Interno Bruto(PIB), mas passou longe do sonho de “consumo”. Pesquisas comprovam que até hoje, entre os governos citados-FHC, Lula e Dilma, esse valor não ultrapassou 5% do PIB, isso levando em consideração as três esferas de poderes: Federal, Estadual e Municipal. Se for considerar, apenas, os investimentos do Governo Federal, ainda continua vergonhoso, pois não chega a 3%. Pasmem!

Mas, a nova lei aprovada define como meta atingir 8% de investimento na Educação até 2021. Fiquei emocionada com o percentual, parece até que acordaram com os interessados em fazer valer uma educação mais digna. Não sei se leram as cartas erradas, mas a população desejava 10% do PIB para educação. Será que a cúpula inocente sabia disso?

Bom, um dos problemas dos PNEs é que somente eles podem definir um cronograma de investimento, deixando em aberto para o Governo decidir quanto irá aumentar ou não no investimento. Ou seja, de forma muito sutil o cano continua do mesmo tamanho, grossura, espessura e cada vez mais profundo para nossa classe sofrida e desvalorizada. 

O governo continuará investindo míseros 2,85 do nosso orçamento na educação. Enquanto destina quase 50% do orçamento para pagamentos de juros da dívida, que antes era externa e que, orgulhosamente, passou a ser interna. 
Muito lindo!!

O PNE foi lindamente votado em caráter conclusivo na Comissão Especial e está caminhando para sanção presidencial. Para que isso não ocorra, é necessário que algum parlamentar entre com um recurso e solicite votação em Plenário. 
Quem será o Chapolim Colorado que nos salvará???

Sou uma pessoa de fé, muito positiva e tento elevar meu otimismo, mas tem situações que está tão estampada que seria burrice insistir numa resposta positiva. Portanto, mesmo se aparecesse um “Chapolim colorado” a lutar pela causa eu, dolorosamente, afirmaria que a proposta do governo permaneceria

Até onde sabemos, houve pressão de todas as maneiras e votações foram adiadas por diversas vezes, evitando o desgaste público. Lutar por nossos direitos virou desgaste público? Chorei de emoção, como somos importantes!!

Conclusão: O governo utilizou todo o seu poder, conseguiu manobrar e aprovou o PNE como desejava- POUCO e vergonhoso recurso para EDUCAÇÃO e MUITO para BANQUEIROS.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Curso de design de animação para AVA gera calorosa discussão pedagógica -Qual foi o motivo?


Fiz o curso de design de animação para Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) no Instituto Brasileiro de Design Instrucional(IBDIN). O curso é composto de 8 módulos a distância cuja Programação foi realizada da seguinte forma: Módulo 1 - Introdução ao flash, Módulo 2 - Introdução a animação no flash, Módulo 3 - Guia de Movimento, Máscara e Painel Action, Módulo 4 - Design do Personagem ou Avatar I, Módulo 5 - Design de Personagem ou Avatar II , Módulo 6 - Movimentação de Corpo, Módulo 7 - Ferramentas de Texto, Módulo 8 - Introdução da Animação no Ambiente Virtual de Aprendizagem. O curso segue conforme marketing do site. Excelente! Adorei, embora tenha duvidado de minha mera/pouca ou quem sabe, minima capacidade. Pensei no primeiro módulo em desistir diante de tanta técnica, afinal dizem por aí que pedagogo não chega a tanto, não apresentamos tamanha capacidade. Nossa formação nos ajudou a cuidar de crianças e por isso mantemos alguns discursos repetitivos na educação e que ninguém aguenta nos escutar.(Nessa afirmativa corriqueira já analiso: Isso sim é um discurso repetitivo de “Maria vai com as outras”, cadê o “aporte teórico”? Tem fundamento? )

Considerando as diversidades de profissionais matriculados e de áreas completamente diferentes, onde de pedagoga e atuante na educação só tinha Euzinha, decidir relatar uma discussão muito legal e que pendura há um bom tempo na educação, mas que compreendo como equívocos de mal informados.
Bom, nesse meu percurso entre um curso e outro tentando aperfeiçoar a prática docente tenho escutado colegas relatar em discussões acadêmicas que alguns profissionais de áreas muito específicas e técnicas, dizem que "O pedagogo tem discurso fácil", entre outros.  Ainda no curso me deparei e mantive contato não só na plataforma do curso como em redes com profissionais que discursava o respeito às áreas e admitiram:  "técnico é técnico precisamos estudar muito para adquirir a competência pedagógica de um pedagogo"(Fala de um pós-doutor da área técnica/webdesing), outro profissional de projetos de treinamento coorporativo expressou: “O pedagogo tem especificidades únicas, antes de julgar é preciso fazer o curso para saber”. E no final me fez a pergunta: São quantos anos mesmo, Josivania Freitas? Bem, sou uma mera e simples aluna(eterna aprendiz) que acompanhou esse discurso na plataforma e fiquei admirada(por que não dizer, emocionada) com a humildade de mestres, doutores(matriculados no curso), pós-doutores(mediadores técnicos) e que inclusive, propôs juntar as “competências e habilidades” de cada área, mostrando que "cada um deve ocupar o seu lugar".

No desenrolar da discussão fiquei refletindo sobre como esse discurso é  conhecido e o que nos deparamos na prática? Percebemos o apontar e atirar pedras sob as contribuições, em especial e lógico, do pedagogo. Se é para crucificar, ele é a pessoa ideal. Tudo que ele fala quando não é simples demais é fácil e todos podem ser e assumir seu papel. Muitos, dos que apontam e juram que tem competência suficiente para tal,  são profissionais “tão prontos” e porque não dizer donos da verdade. Eles esquecem que críticas inadequadas podem inibir ou desestimular a ação do outro;Ah! mas não é função de quem julga observar esses detalhes, não é mesmo?(Alguém pensou nisso?) Aff! Já ia esquecendo: Isso é coisa de pedagogo, eles falam demais, perguntam, questionam tanto que enjoam. Mas, enfim só ele será capaz de ter a sensibilidade de analisar o que fez o outro “travar”. Isso é fato!

As discussões no curso só confirmou que ainda não falamos muito, mas o que falamos sempre vai incomodar os intolerantes que dizem estar "abertos para aprender com nossos questionamentos". O falar do pedagogo não fica apenas no discurso ele também se efetiva na prática. Esse ainda é o problema e o incômodo, analiso.

Fica para refletir: Se o discurso do Pedagogo é tão fácil, simples, simplório, porque permanecemos 4 anos numa universidade e em muitos casos até nos especializamos? Seria para refletir contos de fadas? Penso que o que falta em muitos profissionais é sair do famoso mito da caverna como dizia Platão na antiga Grécia.

Não sei se vão apreciar a dica, mas não poderia deixar de indicar. 

Afinal de contas foi Libâneo(Pedagogo) que nos perguntou: Pedagogia e Pedagogo para quê? 



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Carta ao Ministro da Educação, Aloizio Mercadante


O valor do professor

Caro ilustríssimo sr. ministro,






 
Ouvi sobre a sua ignorância dos motivos de nossa greve nacional, e me senti compelido a esclarecê-lo (vício da profissão de professor, eu suponho). Peço desculpas se o meu português é ruim ou se a sequência das ideias é falha, mas esse é o meu valor. Se eu fosse mais capaz, estaria em uma profissão que me valorizasse mais. Seria ascensorista no senado, por exemplo, (ah, que sonho!). Como diria um vendedor de carros que eu conheço, ”quem mandou estudar, agora aguente”.

Falo de boca cheia, o sr. diria. Argumentaria que recebo muito mais do que a grande maioria da população brasileira, e eu lhe responderia que são poucos os cargos federais que pagam menos do que o magistério, que existem cargos de nível médio no executivo federal que pagam melhor do que os professores doutores recebem. e que o professor é importante para o crescimento da nação (aprendi isso no debate da Dilma candidata pareceu que ela realmente dá muito valor ao magistério. (votei nela). 

Mas magistério é um sacerdócio, não é mesmo? é uma profissão feita de abnegação. o que mais explicaria um médico desistir de clinicar para receber o salário de professor federal? Bom, talvez se ele fosse um médico excepcionalmente ruim, daí o salário de professor federal compensasse. Então ele poderia ser um bom professor. o grande motivo da nossa greve, sr. ministro, é a busca por valorização profissional. Tenho vários colegas professores cujo sonho de vida, hoje, é passarem em concurso para o mct, ou para o judiciário, e eu, quem sou eu? Para mim, economicamente falando, me bastaria o emprego de ascensorista no senado. o sr. tem filhos, sr. ministro? netos, talvez? Almeja uma educação com qualidade para eles? O sr. sonha com uma sociedade educada? Culta? Sonha com o Brasil se destacando no mundo como o Japão fez depois da segunda guerra? Como a Coréia hoje? 
O sr. sabe quais são as minhas condições de trabalho, sr. ministro? Sabe que eu sequer tenho uma mesa para colocar a minha pasta quando eu entro para dar aulas? Sabe que eu, há dois anos, comprei um projetor para dar aulas? Que nós rasgamos as calças ao sentar nas carteiras, por causa dos pregos? Que o computador pessoal que eu uso para dar aulas também saiu do salário que deveria ir para a minha família? Sabe que na minha universidade não existe nenhuma calçada para as pessoas andarem? O sr. imagina qual é a situação dos laboratórios dos cursos em que eu ministro aulas, que são cursos tradicionais, reconhecidos nacionalmente, e que não foram contemplados pelo reuni? É, são ruins. Não são péssimos, sabe o por quê? Porque os professores, por mérito pessoal e muito trabalho, trazem recursos de pesquisa para dentro dos laboratórios (caramba, isso é desvio de recursos! dá cadeia?). 
O sr. sabe, é claro, que o perfil desejável do professor universitário federal é que ele seja doutor, com dedicação exclusiva (é impedido de fazer bicos para completar o salário), pesquisador, orientador e extensionista, e que além das aulas de graduação, forme mestres e doutores. 
Qual é o perfil do profissional que o sr. precisa para executar essa missão? Eu lhe digo. Esse profissional, economicamente falando, é alguém que não teve a competência para achar nada melhor para fazer com a sua vida. É alguém que não foi capaz de passar em um concurso para ascensorista do senado. É alguém que não conseguiu ser agente de saúde quando terminou o segundo grau, por exemplo. Sim, eu “tenho” carro e eu “tenho” casa. Eu me alimento bem. Meu carro é velho (tem seis anos) e ainda vou demorar dois anos para acabar de pagar. Minha casa é velha também e eu ainda vou levar treze anos para pagar. Essas dívidas consomem quase 50% da minha renda familiar. Tenho que pensar antes de decidir sair para almoçar em um restaurante. e o pequeno detalhe é que tanto eu como a minha esposa somos professores universitários federais e doutores com dedicação exclusiva. Topo da carreira. Bom, mas eu tenho uma perspectiva, não é? De progredir na carreira e melhorar meu salário? Perspectiva? Não, não tenho. Não vejo nenhum futuro promissor. Essa carreira que o governo me oferece não irá melhorar a minha vida, a não ser um pouco, no momento mágico da progressão em que eu me tornar professor associado, ou com a utopia de passar pra professor titular (a minha universidade não tem nenhum.Tteve uma vez, nos meus 22 anos de funcionalismo federal em universidades, que eu conheci pessoalmente um titular. deve ser mais fácil achar um jacaré no tietê).eu espero, apesar das minhas deficiências, que o sr. tenha entendido um pouco do porque eu e 45 universidades federais brasileiras estamos em greve.
Desculpe-me se eu não posso elaborar mais, mas tenho um relatório de pesquisa para terminar e alunos de doutorado para atender, apesar da greve. Se eu achar tempo, também preciso ver se abriu vaga para ascensorista.
Um grande abraço, sr. ministro, e obrigado por tudo. 

Jeferson Dombroski(sexta-feira, 25 de maio de 2012) 

Fonte da carta: greveadufersa.blogspot.com.br
Imagens Gifs- google.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Mundo de Sofia é Pura filosofia


Esse é um dos mais belos livros para filosofar. 

O Mundo de Sofia foi um dos mais belos livros que já li e sentir a mais gostosa leitura fluindo a cada folha que eu passava ao ler, por toda a essência e viagem que ele nos leva, as  páginas não são notadas pelo leitor que se envolve completamente nos 35 capítulos brilhantemente escritos. O capítulo começa com  O Jardim do Éden e termina com a A Grande Explosão. Imaginem conhecer os Mitos e os Filósofos da natureza, tentar entender o destino, conhecer Sócrates, Platão, Aristóteles, Atenas, O Helenismo, a Idade Média, O Renascimento, O Barroco, Descarte, Locke, O iluminismo, Kant, O Romantismo, Hegel, Marx, Darwin, Freud, entre outros e ainda tentar relacionar tudo isso a nosso tempo. É literalmente uma lição de vida. Uma viagem adorável ao mundo filosófico.  O filme O Mundo de Sofia foi lançado em 2008 no Brasil, uma versão cinematográfica do livro.  Lógico que é impossível retratar no filme como está no livro, pois nele contém riquezas de detalhes, peculiaridades descritivas. Se fosse cópia fiel do livro, daria muito mais de 50, 100, 1000 horas de filme. Mas, penso ser  pertinente falar dos filósofos relacionando os momentos do filme, que retrata brilhantemente esses grandes homens do passado.

O filme cai como uma luva para um júri simulado. 

Para os que ainda não leram, uma dica abaixo com a sinopse e um breve resumo(recorte bem delimitado, mas que dar para o gasto cognitivo) fornecido pelo Wikipedia 

Sinopse: O Mundo de Sofia (Sofies verden em norueguês) é um romance escrito por Jostein Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 50 línguas, teve sua primeira edição em português em 1995, que atualmente se encontra em sua 70ª reimpressão. Somente na Alemanha foram vendidos 3 milhões de cópias.
O livro funciona tanto como romance, como um guia básico de filosofia. Também tem temas conservacionistas e a favor da ONU. Em 1999, foi adaptada para um filme norueguês; entretanto, não foi largamente publicado fora da Noruega. Esse filme também foi apresentado como uma minissérie na Austrália, se não em outros lugares. Também foi adaptado para jogo de PC pela Learn Technologies em 1998.

Resumo do livro: Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para alguém chamada Hilde Knag, jovem que Sofia igualmente desconhece.
O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. De capítulo em capítulo, de "lição" em "lição", o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental - dos pré-socráticos aos pós-modernos, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo surpreendente.



Segunda parte do vídeo:  http://www.youtube.com/watch?v=Nmmv2YbsFYM 


Assista ao filme!

Baixe o livro: http://filoczar.com.br/o_mundo_de_sofia.pdf

Boa leitura!

terça-feira, 8 de maio de 2012

AS CANÇOES DO PROFESSOR EM SUA PRATICA PEDAGÓGICA

Dinâmica para Formação de Educadores.

1. Quando decidir ser professor, o que aconteceu em minha vida?
 Os sonhos mais lindos, sonhei. De quimeras mil, um castelo ergui...(Elis Regina)

2. Quando me deparei com uma sala super lotada e encontrei  alunos com dificuldade, o que eu falei?
Levanta sacode a poeira e dá a volta por cima...(Ataulfo Alves)

3. Quando o aluno agressivo me agrediu, verbalmente, em que pensei?
 Ainda vai levar um tempo pra curar o que feriu por dentro, natural que seja assim, tanto pra você quanto pra mim...(Lulu Santos)
4. Quando os alunos optaram em não retornar a sala de aula, o que pensei?
É devagar, é devagar, é devagar, é devagar devagarinho...(Martinho da vila)

5. Quando decidiram retornar a sala e iniciei a aula, que sensação eu sentir?
 Quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo. Olhando pra vocês e a mesma emoção sentindo...(Roberto Carlos)
6. Quando os alunos estão desanimados e nada produzem embriagados pelos problemas diários, o que falo?
Canta, canta minha gente deixa a tristeza pra lá. Canta forte, canta alto que a vida vai melhorar...(Martinho da Vila)

7. Como reajo às emoções fortes e diárias?
Tudo que se vê não é, igual ao que a gente viu a um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo. Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo agora. Há tanta vida lá fora aqui dentro sempre como uma onda no mar...(Lulu Santos)

 8. O que é ser professor?
Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita...(Gonzaguinha)

9. Quando tenho dúvidas e quero descobrir se estou no caminho certo, o que faço?
Olho por céu e vejo uma nuvem branca que vai passando, olho pra terra e vejo uma multidão que vai caminhando. Como essa nuvem branca essa gente não sabe aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você meu pai...(Roberto Carlos)

10. Após diversos problemas enfrentados chega o dia do pagamento, o que penso? Então vem. Eu conto os dias conto as horas pra ter ver, eu não consigo te esquecer. Cada minuto é muito tempo sem você...(Cláudia Leite)

Texto adaptado por Josivania Freitas(2007)
Especialização em Formação de Professores/UFRPE.

PS- Esse blog tem a licença  da Creative Commons, usem a vontade mas não esqueçam de seguir a política de uso referenciando a adaptação na autoria. 
O texto  foi totalmente adaptado com outras perguntas e cantores da MPB considerando minha prática pedagógica; tendo em vista que  algumas indicações de músicas em um texto lido se referia a "Melô do Professor" por um autor desconhecido
 

quarta-feira, 28 de março de 2012

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: E MAIS UMA POLÊMICA DE AMADORES!!



 Na edição de outubro de 2011 a revista Caros Amigos publicou a matéria "Ensino a distância rebaixa a qualidade da educação no país" da jornalista Lúcia Rodrigues. 


A ABED enviou para os editores da revista, resposta esperando a publicação da mesma, contudo não receberam a atenção do direito de resposta. Então divulgaram a  matéria publicada e a resposta da ABED sobre a matéria.
Revista Caros amigos : "Ensino a Distância rebaixa qualidade da educação no país".

CAROS AMIGOS - A resposta 14/11/2011
Aprendizagem a Distância: dos Mitos às Evidências Científicas. Por Fredric M. Litto
 O Brasil cresce lenta, mas continuamente, na mira de uma posição de real destaque entre as nações. Porém, cinco séculos de atraso no setor educacional no país dão evidências dos fatores que prejudicaram a criação de uma força de trabalho cuja qualificação plena poderia nos igualar aos países lideres. Enquanto o Brasil registra apenas 13% dos seus jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior, Argentina, Chile e Bolívia gozam de porcentagens acima dos 30%. Países da Europa, América do Norte e Ásia ostentam taxas que vão de 60% a 85% (esta última da Coreia do Sul). Enquanto houver ceticismo e desinteresse do governo, com a cumplicidade da mídia, o Brasil não terá a mão de obra qualificada para sustentar suas próprias necessidades internas na oferta de qualidade de vida social e de realização profissional para todos os seus cidadãos. Por exemplo, até faltam caminhoneiros hoje porque um segmento significativo desses profissionais é incapaz de operar computadores, instrumentos necessários para receber e dar instruções e informação. Para incluir mais pessoas nos programas de educação formal, não formal e informal, muitas vozes estão recomendando o aumento do uso de “aprendizagem a distância”, modalidade educacional que normalmente significa separação física entre o professor (ou outra fonte de informação e conhecimento) e o aprendiz. Seja empregando material impresso distribuído via correio, seja pelo uso de rádio, televisão, audiocassetes, DVDs ou internet, a aprendizagem a distância é conhecida, de longa data, por sua capacidade de alcançar indivíduos em lugares remotos, oferecendo acesso ao conhecimento básico e avançado, certificando os alunos cuja competência deve se provar equivalente aos conhecimentos obtidos. Mesmo com essa característica de democratização do saber, há críticos à modalidade militando contra seu uso no país. Raramente dando exemplos, baseando-se essencialmente em criticas capciosas de características que não são exclusivas à modalidade, eles revelam sua incapacidade de entender o significado das tecnologias de ruptura que estão mudando a sociedade atual. Confusos e desorientados quanto às novas possibilidades de comunicação, à alteração de papéis (sociais, profissionais) e ao poder de indivíduos, grupos e instituições públicas e privadas, devido à força transformadora das novas tecnologias, eles tentam deter a implantação de novos métodos de ensinar, de aprender e de trabalhar. Bem conhecido entre aqueles que leem muito é o delicioso xingamento, supostamente atribuído aos chineses, “Que você viva em tempos interessantes!”, cuja sutileza sugere que o destinatário do epíteto sofra o flagelo do ceticismo reacionário, da ansiedade e do terror provocados por mudanças importantes na sociedade, a exemplo do pique de várias civilizações que romperam com seu passado: os árabes criaram engenhos de grande complexidade baseados em princípios avançados de física e mecânica; os chineses aperfeiçoaram armas de guerra. 
Países e épocas deixaram suas marcas: a Itália, na Renascença; o Reino Unido na Revolução Industrial. Nos Estados Unidos, quando automóveis começaram a ser desenvolvidos, o escárnio chegou com os carroceiros (“Arranja um cavalo!!”) e quando ganharam impulso as pesquisas com células-tronco, um presidente ignorante decidiu proibir legalmente seu avanço. Por que no Brasil haveria de ser diferente? Foi o último país a abolir a escravidão. Não bastasse nossa burocracia cartorial, escrivães resistiram em aceitar máquinas de escrever (“Só o próprio punho serve!!”, gritaram). Oswaldo Cruz sofreu um linchamento moral pela mídia ao se empenhar em campanhas contra a febre amarela. Também aqui grandes blocos de educadores em todos os níveis lutaram contra a introdução de computadores na aprendizagem. Cientificamente, a resistência a mudanças implica numa configuração de neurônios em cada indivíduo, determinando se será um “progressivo” (receptivo a mudanças, reconhecendo a possibilidade de redução de esforços físicos, a ampliação de oportunidades para adquirir novos e diversos conhecimentos), ou um “mantenedor do status quo” (aquele que insiste em submeter sua vida a um “steady-state” (estado-contínuo), ou seja, quanto mais estático melhor. Faltando-lhes a capacidade de empatia, estes últimos também são partidários do retrocesso na vida dos outros (como o eunuco que, não podendo sentir certos prazeres, não quer que outros o sintam).
Mundialmente, aqueles que estudam a tecnologia educacional procuram a inovação apropriada (praticidade, eficiência, custo-benefício) de avanços tecnológicos, a fim de não engessar, regimentar, automatizar, ou desumanizar a aprendizagem. O propósito é aprofundar a compreensão, estender o alcance do aluno a fontes de informação e de conhecimento além das fronteiras naturais, políticas, econômicas e ideológicas. Quando especialistas nesse ramo de investigação se encontram em conclaves acadêmicos, relatam que parece existir um fenômeno curioso entre educadores em geral: 20% são progressivos, querem experimentar novidades tecnológicas que possam aperfeiçoar sua meta de levar alunos a novos patamares de compreensão; 20% são conservadores, pois não apenas resistem a qualquer oferta de experimentação, como também encetam campanhas difamatórias, promovem diatribes sem fundamentação ética, científica ou a necessária evidência fatual—o que também se exige de jornalistas sérios, que se obrigam a apurar resultados de pesquisas, a investigar os exemplos majoritariamente de sucesso, a despeito dos recalcitrantes e a ouvir todos os lados envolvidos. O restante, 60%, são educadores considerados “normais”, relativamente flexíveis e abertos - dependendo da direção dos ventos---sindicatos progressivos ou regressivos; burocratas educacionais paranoicos, obcecados com “comando e controle”, autores de ondas de regulamentação para justificar seu poder e seus empregos; e governistas com visão real do futuro ou “políticos carreiristas” interessados apenas em ser reeleitos. Herdeiros de uma tradição educacional precária, sem originalidade e elitista, desconhecedores de línguas estrangeiras, cujo domínio lhes permitiria(?) acompanhar estreitamente as inovações científicas, tecnológicas e culturais desenvolvidas em países que se destacaram em inovações, muitos brasileiros imaginam que suas próprias crenças e seus valores são compartilhados universalmente. Uma vez que o ensino superior a distância entrou no país há menos de duas décadas, eles acham que ainda é algo temerariamente novo, há pouco tempo em fase experimental. 
A aprendizagem a distância no ensino superior começou mais de um século e meio atrás, no Reino Unido, quando a Universidade de Londres (fundada como “a universidade do povo”), criou, em 1858 o seu “Sistema Externo”, ou cursos por correspondência. Mahatma Gandhi (1869-1948), morando na colônia britânica da África do Sul, fez todo o curso de Direito numa época na qual um navio transportando o correio levava dois meses para transitar entre Londres e seu país. Nelson Mandela, prisioneiro na Cidade do Cabo por suas atividades contra o apartheid, também fez o curso de Direto a distância de Londres, mas foi impedido de obter o diploma, não conseguindo autorização para deixar a prisão a fim de realizar o exame final do curso que o habilitaria profissionalmente. Quatro ganhadores do Prêmio Nobel em ciências obtiveram seus bacharelados via Sistema Externo da Universidade de Londres. Vale lembrar que T.S. Eliot, o mais importante poeta de língua inglesa no século XX, foi professor dos cursos desse Sistema, de 1916 a 1919. A partir de 1870, em muitas instituições públicas na América do Norte, cursos por correspondência levando a títulos acadêmicos foram ministrados com sucesso, e continuam sendo oferecidos até hoje via televisão e internet. Esse fato não apenas consolida o mérito dessa modalidade de aprendizagem, mas também sua crescente qualidade. Entre as instituições com “sistemas externos” podem ser citados, por exemplo, o renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts-MIT, as Universidades da Califórnia, Carolina do Norte (a mais antiga universidade pública dos Estados Unidos), Maryland (a maior universidade pública americana), Estadual de Nova York, Estadual da Pensilvânia, Nebraska, e muitas outras. No Reino Unido, Canadá, Austrália, Espanha, Alemanha, Noruega, Finlândia, Indonésia, China, Malásia, Paquistão, Índia, Turquia, Grécia, África do Sul há instituições dual-mode (oferecendo ensino superior presencial e a distância) ou single-mode (oferecendo apenas cursos mediados por tecnologia), mantidas pelo governo ou pela iniciativa privada. Se fosse tão nefasto, intrinsecamente tão sem-qualidade, como explicar esse sucesso? Aqueles que criticam a aprendizagem a distância erram ao exigir uma educação com características elitistas para todos, algo não factível por razões econômicas (mundo afora, é raro encontrar instituições públicas que não cobram taxa de matrícula, muitas vezes proporcional à condição financeira dos candidatos, que se diferenciam pela capacitação intelectual e pelos interesses de engajamento profissional.. Os “elitistas” querem uma educação “oxfordiana” para cada estudante: reuniões individuais semanais ou mensais com seu tutor, um catedrático munido de cachimbo, sherry e refestelado em poltronas de couro. Faz bonito no cinema, mas quando é necessário atender milhões de aprendizes, é inviável.

Os países asiáticos perceberam, quarenta anos atrás, que uma nação moderna precisa, sim, de poucas instituições de altíssima qualidade para aqueles que demonstravam habilidades cognitivas privilegiadas. Paralelamente, outras instituições foram implantadas para qualificar os milhões de profissionais necessários para a manutenção de uma sociedade complexa e dinâmica. Seguindo o modelo criado em 1969 no Reino Unido, a Universidade Aberta (sem vestibular, mas com exigências acadêmicas rigorosas e, desde o início, oferecendo títulos acadêmicos tradicionais), servia de modelo à criação de outras instituições de sucesso, como a Universidade Nacional a Distância Indira Gandhi, atualmente com 3.200.000 estudantes cursando bacharelado, mestrado e doutorado. O Brasil resistiu em criar sua Universidade Aberta até poucos anos atrás, devido ao conservadorismo de educadores, burocratas educacionais e do próprio Congresso Nacional. Mas hoje a UAB tem 200.000 alunos, e espera-se que chegue a ultrapassar a marca de um milhão nos próximos anos. Gratuita, mas com um exame de admissão rigorosamente elaborado, e exigências acadêmicas obrigatoriamente sérias, a UAB representa uma das soluções para tirar o Brasil da sua estagnação na formação de profissionais em número e qualidade que o país merece. Criticar sem oferecer soluções alternativas equivalentes e viáveis é o calcanhar de Aquiles daqueles que atacam a aprendizagem a distância. Se apenas a metade dos municípios brasileiros oferece ensino superior presencial, como dizer que tentativas de estender acesso aos estudos avançados através da EAD não sejam democráticas? Qual é a alternativa? Se mais de 10% da população brasileira inclui cidadãos com necessidades especiais, então como criticar, sem ser hipócrita, o emprego da tecnologia para levar escolas e universidades até as casas desses conterrâneos? Se a maioria dos universitários que estuda a distância distingue-se como “pobre”, então esse fator de inclusão deveria ser motivo de júbilo, e não um argumento para denegrir a modalidade. É lamentável que as elites do país nunca tenham se esforçado na procura de excelência em todos os setores. “O ótimo é inimigo do bom!” é a racionalização que prevalece na cultura. Entre os exemplos brasileiros mais representativos que estudaram a distância estão Florestan Fernandes, celebrado sociólogo da USP, que cursou o ensino médio na modalidade chamada “madureza”; a senadora Marina Silva, que fez o ensino médio através do Telecurso; e o deputado Vicentinho (Vicente Paulo da Silva), que completou o fundamental e o médio pelo mesmo projeto educativo via TV. São fatos indiscutíveis, positivos e indicativos do futuro. Os críticos da aprendizagem a distância estão mentalmente engessados, presos a uma visão ultrapassada da educação, nostálgica e confusa. Percebendo que o paradigma educacional está em mudança no mundo todo, e incapazes, eles mesmos, de buscar novas formas de aprender e de trabalhar, revelam sintomas que podem ser agrupados sob a designação de síndrome de paralisia paradigmática.
“Sem o toque humano....o corpo a corpo, carne e osso, com o professor....o olho no olho....como um educando poderá interagir com uma máquina?...qual a experiência que uma máquina poderá passar a um indivíduo?” Essas manifestações nostálgicas, apelações não convincentes às nossas emoções (pathos), ignoram a lógica dos fatos (logos): as novas gerações estão obtendo exatamente os reforços interativos afetivos e de companheirismo quando estudam a distância, usando as novas tecnologias de comunicação: netbooks, laptops, tablets, e i-phones. Em setembro de 2011, a empresa Cisco publicou os resultados de uma pesquisa com recém egressos de universidades em 14 países sobre “suas preferências de mídia”. Relato de um terço dos entrevistados com acesso à Web: “a Internet era tão vital a eles quanto comida, água, ar e abrigo”; 50% afirmaram que, para eles, a internet não era tão importante...mas quase isso mesmo”. Entre universitários, 55% admitiram que “não poderiam viver sem a internet”, enquanto 62% dos recém-graduados e com empregos novos constataram a mesma relação com a tecnologia. Pesquisas feitas no Canadá como parte do Tele-Learning Program, revelaram que, quando um curso universitário on-line está bem produzido, a aprendizagem dos estudantes é mais eficaz do que na modalidade presencial. Por quê? Porque curso a distância é o resultado do trabalho de uma equipe de profissionais, e não de um único profissional, o professor (como no ensino feito presencialmente). Assim, a equipe garante um produto mais burilado, mais caprichado. Com as novas gerações de aprendizes coladas nas novas tecnologias, é pouco defensável a pretensa predominância de abordagens centenárias na aprendizagem. Nostalgia tem seu lugar, sem dúvida. Da mesma forma que o cinema não substituiu o teatro, e a televisão não eliminou o cinema, teremos, no futuro, instituições oferecendo todo o espectro pedagógico-didático, do mais tradicional (provavelmente sem cachimbo!) ao mais automatizado (veja, por exemplo, a empresa norte-americana Rosetta Stone, nova no Brasil, especializada no ensino on-line, totalmente sem professor, virtual ou presencial, no ensino de idiomas estrangeiros—talvez não seja apropriada para todo mundo, mas já é um sucesso em muitos países). 
Os críticos da aprendizagem a distância costumam ser falaciosamente genéricos em suas acusações, sem oferecer exemplos de “falta de qualidade” (e para serem convincentes, teriam que citar exemplos não encontrados também no ensino presencial no país). Inconformado com essas generalizações superficiais, em 2010 fiz um levantamento das reclamações de alunos brasileiros de aprendizagem a distância dirigidas ao Ministério da Educação - SEED-MEC, à Associação Brasileira de Estudantes de Educação a Distância - ABE-EAD e à Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED. Os resultados, classificados por tipo de irregularidade acadêmica ou de consumidor, foram apresentados e analisados no meu capítulo “As Infrações que Prejudicam a Imagem de EAD”, no livro Educação a Distância - O Estado da Arte, Vol.2 (Fredric M. Litto e Marcos Formiga, orgs; São Paulo: Pearson, 2011; pp. 367-73). Recomendo a leitura desse elenco de “crimes”, de práticas censuráveis (e amplamente compartilhadas pelas instituições presenciais, públicas e privadas), a todos que querem criticar a aprendizagem a distância e dela não têm conhecimento.
Tratar a aprendizagem a distância como uma prática de amadores, exclusivamente “caça-níquel” e sem uma literatura científica que acompanhe seu desenvolvimento, é uma atitude inculta, agravada pelo preconceito. Há numerosas revistas científicas dedicadas totalmente à investigação rigorosa da modalidade e cuja leitura revela as conquistas, a extensão, a profundidade e os problemas da área. Todas estão disponíveis on-line e devem ser acompanhadas por pessoas que se consideram profissionais (ou críticos) da aprendizagem a distância. Entre as mais conceituadas estão: Open Learning (Reino Unido), American Journal of Distance Education (EUA), International Review of Research of Open and Distance Learning (Canadá), Distance Education (Canadá), Distance Education (Austrália), Revista Ibero-Americana de Educación a Distância (Espanha), e nossa própria Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância (Brasil). Da mesma forma, quem realmente se interessa pelo assunto e quer conferir as estatísticas do desenvolvimento da modalidade no Brasil, tanto no mundo acadêmico quanto no mundo de treinamento corporativo, deveria consultar a publicação anual CensoEAD.BR: Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil (São Paulo: Pearson Education e ABED, 2011).
Os ingleses têm uma oportuna resposta para aqueles que criticam, injustamente ou não, qualquer coisa: “The proof of the pudding is in eating!” [O teste do pudim está em comê-lo ], ou seja, para testar algo plenamente é preciso experimentá-lo você mesmo! É difícil encontrar críticas à aprendizagem a distância feitas com evidências e análises produzidas por pessoas que levaram a bom termo um ou mais cursos a distância. Por outro lado, temos comprovação contundente da eficácia dessa modalidade através dos resultados do ENADE - Exame Nacional de Desempenho Educacional, teste anual organizado pelo Ministério da Educação com os formandos de centenas de universidade brasileiras: em 2007, as maiores notas em 7 das 13 áreas de conhecimento foram obtidas por aqueles que estudaram a distância. Em 2008 (o último ano em que o INEP - MEC revelou as diferenças entre os alunos das duas modalidades), os alunos da EAD tiveram médias de notas de 38,87, enquanto os alunos do presencial tiveram 36,78 (uma diferença de 2,09). As áreas de conhecimento nas quais os alunos a distância superaram os do presencial foram Engenharia (Grupo VII), Filosofia, Física, Tecnologia em Gestão da Produção Industrial e Ciências Sociais. Aprendi, em muitos anos de pesquisa, duas “regras não escritas” sobre como avaliar evidência: “não dá para brigar contra os fatos”; e “quando você não consegue arguir contra os fatos, ataque o questionador”. A primeira frase me deixa tranquilo sobre a eficácia e o sucesso futuro da aprendizagem a distância. A segunda me deixa à espreita, aguardando os ataques ad hominem que conservadores, sem fatos para comprovar suas afirmações, insistem em lançar na direção do futuro e sua consequente tecnologia, que será tão meritória quanto mais democrática for a aprendizagem a ela subordinada.

Fredric M. Litto é professor titular aposentado da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde lecionou de 1971 a 2003; foi Coordenador-Fundador do laboratório de pesquisa “Escola do Futuro da USP”, de 1989 a 2006; e é Presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED desde 1995. Em 30 de novembro de 2011, ele recebeu seu segundo Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Tecnologia e Informática, pelo seu livro Aprendizagem a Distância (São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010).


Outras ações serão divulgadas nos próximos Informes Digitais e Redes Sociais