quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dados valiosos da vitória de Dilma.


Esse levantamento de dados foi feito por um engenheiro, que por sinal votou em Serra. Não vou me alongar em comentários, pois com muita precisão e sabedoria do povo nordestino ele soube responder a altura a um grupinho sublime em suas colocações lamentáveis, afinal o que esperar de xenófagos?
 

Foi o Nordeste que deu a vitória de Dilma?
Antes de responder à pergunta, gaste um pouco de seu tempo e leia estes comentários pós-eleição:












A essa altura você já deve ter entendido o motivo desses ataques de xenofobia. Mas como começou? O que foi o catalizador de tudo isso? 
Tudo aconteceu por causa de figuras como estas, amplamente divulgadas pela imprensa. Confira o mapa.


Concordamos que se dependesse da Região Nordeste, Serra não teria a mínima chance. Mas acontece que, nestas eleições, se você analisar os resultados por região, vai ver que:

No Sul:
 
Serra ganhou por 7,78% dos votos.

No "Sudeste Maravilha":
 
Dilma ganhou por 3,76%; graças ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais, estados em que Dilma teve uma vantagem na casa dos 20%!
No Espírito Santo, porém, deu empate!
E em São Paulo, o centro do universo, casa de tantos mandatos de direita, Serra não conseguiu nem mesmo 10% de vantagem!

No Centro-Oeste:
 
Empate!
Rigorosamente, Serra ganhou por 1,84%.

No Norte:
 
Dilma ganhou por 14,86%.

E no nosso Nordeste amado e odiado por tantos:
 
Dilma ganhou por avassaladores 41,16%.
Tudo isso está resumido neste quadro:


Números à parte, vamos fazer a vontade dos sudestinos e remover o Nordeste do Brasil. O que aconteceria?

Seriam 26 milhões de votos válidos a menos. E o resultado das eleições:


Oxente, deu Dilma de novo! Como pode? Deve ser por causa do pessoal lá do Norte, né? Então vamos tirar o Norte também:


Eis o sonho de grande parte dos sudestinos. Um Brasil sem Norte/Nordeste!

Agora sim, vamos ao resultado das eleições. Está tudo nas mãos deles:


Mas deu Dilma de novo! E agora, quem explica?

Pergunte aos moleques do Twitter. O que será que eles diriam?

Provavelmente seria algo nas linhas de: "É por causa dos imigrantes do Norte/Nordeste que votam aqui no Sul/Sudeste".

Raciocínio incorreto. Pois mesmo que todos os migrantes nordestinos tenham votado em Dilma (100% em Dilma, o que é uma hipótese extremamente fantasiosa), o número desudestinos nativos morando na região é muito maior. Prevaleceu portanto a vontade deles, os nativos, e foi por pequeníssima diferença que Dilma venceu.

Posto isso, ao invés de propor a independência do Sul/Sudeste, os referidos xenófobos deveriam primeiro checar os números e decidir o que fazer com metade de seus conterrâneos. Afinal, há mais eleitores de Dilma nativos de lá (S/SE) do que nativos daqui (N/NE).

Isso é que é competência argumentativa. Valeu!

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Educação na mídia

A letra cursiva está com os dias contados?

Ela está sendo abandonada nos Estados Unidos, mas no Brasil escrever à mão ainda impera no período de alfabetização

Fonte: Gazeta do Povo (PR) em 23 de Agosto de 2011.

Aos 4 anos, Laura Paludzyszyn D’Avila Cargnin já sabia escrever usando o computador. Isso porque adorava um jogo on-line que exigia a associação de letras e figuras. Durante o 1.º ano do ensino fundamental não teve problemas na Escola, mas assim que Laura passou para o 2.º a dor de cabeça começou.

“Ela teve de começar a escrever a letra cursiva e a usar um caderno de caligrafia, o que odiava”, conta a mãe de Laura, a empresária Ana Paula Palu­­dzyszyn. Hoje, com 8 anos e no 3.º ano, Laura está mais habituada à letra de mão, e feliz da vida por ter aposentado o caderno de caligrafia.

“Ela aprendeu a escrever das duas formas, mas faz confusão com a letra cursiva, pois cada um enfeita de um jeito, faz voltinhas nas letras, então ela tem dificuldade”, conta a mãe. 


Nos Estados Unidos, cada vez mais as crianças não precisam se preocupar com as letrinhas desenhadas e a bela caligrafia. A exigência e o ensino da letra cursiva perde força na maior parte dos estados e dá lugar à letra de forma e à digitação.


Com o crescente contato com novas tecnologias, como celulares, computadores e tablets, essa tendência de abandono da letra cursiva e a adoção maior da letra de forma (que também é chamada de letra bastão ou de máquina) tornam-se cada vez mais fortes e preocupam pais e professores.alfabetização.


Aprender é o mais importante

Escrever com a letra cursiva é importante, mas ainda é preciso garantir que a criança seja alfabetizada e adquira conhecimento. A opinião é da psicopedagoga Priscilla Santana Van Kan.

Em seu consultório, ela recebe crianças com problemas de escrita, encaminhadas por neurologistas, Escolas e pais. “O primeiro passo é avaliar a escrita. Muitas vezes ajuda trocar a letra cursiva pela de forma em caixa alta, que permite melhor visualização”, diz.


Se pudesse optar, João Pedro Castanha, 9 anos, só escreveria com a letra de forma. A mãe dele, a comerciante Ivone Castanha, 51 anos, diz que o uso da letra cursiva foi tão exigido do menino em seus primeiros anos na Escola que acabou levando a um trauma.


“Ele ficou revoltado. Quando tem lição de casa, tem medo e diz que não vai conseguir. Só saem rabiscos”, diz. O dia a dia na Escola estava tão estressante – o menino repetiu o ano duas vezes –, que agora ele tem acompanhamento profissional.


“Quando era pequeno, não cobravam dele a parte motora. Depois, passaram a focar na letra cursiva e deixaram de lado o conhecimento. Neste ano já me disseram que vão passá-lo, pois ele está bem triste em ver os amigos passando de ano e ele não, mas nem sei se é a melhor ideia. Ao menos com o acompanhamento profissional ele parece estar melhorando”, conta Ivone. 


Deixar de escrever usando a letra de mão é prejudicial às crianças? Essa é uma discussão que divide os especialistas. Para a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutora em Educação Araci Asinelli da Luz, a escrita é importante para desenvolver a psicomotricidade fina, fundamental para o desenvolvimento psicomotor.


“Veja a dificuldade que alguns adultos e idosos, ao ingressar no EJA [Educação de Jovens e Adultos], apresentam ao segurar um lápis ou caneta pelo fato de não terem desenvolvido esta habilidade na idade propícia. Quanto mais estimulado o cérebro, mais sinapses ele faz, aumentando sua capacidade. E o olhar e o uso das mãos, em especial os polegares, têm grande influência no desenvolvimento das sinapses”, diz. 


Por sua vez, o psicólogo e doutorando em Educação pela UFPR Maurício Wisniewski, afirma que mesmo com a diminuição do uso da escrita, as habilidades manuais continuam sendo exercitadas. “Outras coisas dependem hoje de manejo tanto quanto escrever a caneta ou lápis. Jogar videogame e escrever em computadores e tablets exige habilidade motora para segurar e tocar a tela”, diz.


Substituição da escrita ocorre gradualmente

No Brasil, as crianças começam a identificar as letras e a escrevê-las usando a letra de forma, mas depois precisam adotar a cursiva. A escolha deveria ser do aluno, diz a pedagoga Evelise Portilho, coordenadora do curso de Psicopeda­­gogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

“Não há lógica dizer que ela deve começar com a cursiva e não pode usar a outra, ou o contrário. Não há fator claro que comprove que uma letra é mais benéfica que a outra para a aprendizagem”, diz.


Para a mestre em Educação e Profissionalização e especialista em Metodologia do Ensino Margarete Terezinha de Andrade Costa, professora da Estácio, um tipo não deve substituir o outro.


“Não há necessidade de se eliminar a letra cursiva em razão do aumento do uso da letra de forma. As duas devem conviver. A letra de forma é o suporte da comunicação digital, mas em várias situações aparecerá a letra cursiva e todos devem ter a oportunidade de conhecer e usar”, diz.


Margarete lembra também que, na escrita, não se pode esquecer da legibilidade e da diferenciação de letras maiúsculas e minúsculas, que devem ser respeitadas por conta da normatização da língua.


A letra de mão é usada sobre o papel há cerca de 7 mil anos e há algumas décadas uma letra bem desenhada era um sinal de status. “Hoje o status está mais ligado a pessoa ser midiática, ter redes sociais e ferramentas tecnológicas. Nos últimos anos as pessoas estão cada vez com mais dificuldade em usar o caderno e a letra cursiva e raramente estão preocupadas com a estética da letra”, afirma o psicólogo Maurício Wisniewski. 


Entre vantagens e desvantagens de ambos os lados, em vez de serem vistos como vilões, os recursos tecnológicos podem ser vistos como parceiros da escrita, segundo Margarete.


“Eles possibilitaram o aumento do ato de escrever e os jovens comunicam-se pela escrita cada vez mais. Mesmo cometendo erros gramáticos severos, deve-se considerar que o ato de comunicação está realizando-se com eficiência. Erros ortográficos são mais fáceis de corrigir que bloqueios na comunicação”, afirma.